Hígia filha de Asclépios
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Juliana Zampieri - Médica do Instituto
12/22/20232 min read
Hígia ou Higeia (em grego clássico: Ὑγίεια), a deusa da saúde, limpeza e sanidade mental. Filha de Asclépio, deus da cura, e Epíone, sempre acompanhava seu pai e se encarregava do cuidado dos pacientes, além de cumprir as prescrições terapêuticas e de higiene. Acreditava-se que aparecia em sonhos, juntamente com Asclepio e suas irmãs Yaso ou Panacea, para conferir cura e esperança aos doentes.
Inicialmente, a responsável pela Saúde era Atena, até que o Oráculo de Delfos encarregou Hígia dos cuidados quando uma praga atingiu a cidade de Atenas, em 429 a.C. Dessa maneira, Hígia passou a ser idolatrada e ganhou templos próprios.
Conta-se que os enfermos, antes de tomarem a cura por Asclépio, eram recepcionados numa grande floresta por Hígia. A deusa caminhava, com curtas passadas, de mãos dadas com os pacientes, explicando-lhes sobre o processo saúde/doença. Os enfermos entravam em contato com a natureza em suas diversas formas, como cachoeiras, pequenos predadores e abundâncias naturais. Os pés eram banhados em águas naturais e depois em terra fértil. Pensamentos maléficos relacionados ao sofrimento também eram extintos após conversas com a deusa. Muitos acreditam que a deusa possuía a grande capacidade de ouvir e entender a dor dos doentes, como um preparo ao encontro com Asclépio. Sua interação era tão profunda, que muitos se curavam antes desse mesmo encontro e retornavam às suas cidades.
Em virtude de todo esse processo de limpeza física, psíquica e espiritual, também era considerada a Deusa da Preservação da Saúde, logo, da prevenção da doença. Seu nome significa “saudável”, de modo que as práticas que garantem uma vida saudável passaram a receber nomes associados a ela, tal como observa-se com a palavra atual “higiene”, ou “hígido”, que significa “aquele que não tem doenças”. Sua correspondência romana é a deusa romana Salus, de cujo nome deriva a nossa palavra “saúde”.
É representada como jovem, de vestes longas, geralmente de pé, segurando uma taça ou cálice, do qual se aproxima uma serpente, que também era símbolo de seu pai. Pode-se entender o cálice como o recipiente de preparo dos medicamentos. Com o passar do tempo, o seu cálice tornou-se um dos símbolos da Medicina e, especialmente, da Farmácia.
Embora a ideia do que previne doenças tenha evoluído ao longo do tempo, a deusa grega ainda está associada à manutenção da boa saúde e à prevenção da propagação de doenças.