Asclépio o deus grego da medicina

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Juliana Zampieri - Médica do Instituto

6/22/20233 min read

brown concrete pillar under blue sky during daytime
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A humanidade sempre se relacionou com divindades que a fizessem se inspirar, em relação à saúde, à doença e ao restabelecimento do equilíbrio físico, psíquico e mental não foi diferente. Desde as mais remotas civilizações encontramos referencias, mas hoje iremos falar sobre o deus Asclépio (grego), ou Esculápio para os romanos.

Diz-se que Asclépios nasceu em Trikka na antiga Hélade, atual Trikkala. Diversos templos são encontrados em Trikka, Atena, Pérgamo, Corinto, sendo o mais conhecido o de Epidauro, possivelmente por ter sido o principal centro de culto a essa divindade.

O mito tessaliano nos conta que Asclépio é filho de Apolo e Coronis - filha do rei Phlegyas de Orcômenos. Portanto, como todo herói era um semi-deus, filho da divindade Apolo – deus da Luz Solar – e de uma mortal – Coronis, cujo nome tem a mesma origem de corvo, pássaro de longe vida que simboliza saúde. O nome Asclépios, segundo Preller, equivale a Alexepios que é um epíteto de Apolo, cujo significado é “afastador do mal”.

Retornando ao mito de seu nascimento, Coronis grávida enamorou-se do arcadiano Ysquis. O deus Apolo ao descobrir a traição, envia sua irmã Artemísia para que matasse Coronis, em outras versões, o próprio deus mata Coronis e Ysquis. No momento, em que os corpos eram consumidos na pira funerária, Apolo descobrindo que Coronis estava grávida com de um filho seu, salva-o e o entrega aos cuidados de Quíron. Este último era um centauro de grande sabedoria que transmite suas habilidades de cura ao jovem.

Asclépio curava com tal perfeição que, além de reestabelecer a saúde perdida dos doentes, passou a devolver a vida aos mortos. Desafiando a ordem natural da vida, de tal modo que Zeus envia um raio matando Asclépio, e reestabelecendo as leis naturais.

O mito tem variações, especialmente quanto ao nascimento de Asclépios, por exemplo, em Epidauro se conta que Coronis ao conceber Asclépio o escondeu no monte Titheo, para protege-lo da ira do rei Phlegyas. Lá o pequeno era alimentado por uma cabra e protegido por um cão, até ser encontrado pelo pastor Aresthana.

Independentemente das variações, através de seu culto sempre se buscava a inspiração desse médico divino capaz de afastar os perigos das doenças e circunstancias adversas da vida.

Alguns de seus símbolos são a serpente, representação de sabedoria, também relacionada à prudência e à capacidade de adivinhação, bem como à renovação e eterna juventude, em virtude da sua troca de pele. Outro símbolo encontrado para a serpente é a harmonia, pois ela é capaz de mover-se sem perturbar o ambiente. Esse elemento reflete a importância da harmonia e do equilíbrio do ser humano para a manutenção da saúde e do bem-estar.

O cetro é um instrumento de autoridade e poder, daquele que, tendo posse de si mesmo, é capaz de harmonizar sua personalidade, impedindo que a mesma adoeça. O cetro de Asclépio era geralmente representado como um bastão ou cajado com a serpente enrolada ao seu redor.

A taça é o recipiente onde se consagra e se prepara o medicamento ou bebida mágica. Também tem relação com o equilíbrio e a harmonia, com a justa medida que difere o medicamento do veneno.

Teve como filhos Macaón e Podalirio - heróis guerreiros e curadores, Hígia – deusa da saúde, Aeglé – a brilhante, aquela que confere prestígio social e o direito a honorários, Jaso - a curandeira, e Panacéia – a que tudo cura, Akesos - a sanadora, e Telesphoros – deus da convalescença, aquele que ajudava as pessoas a se recuperarem.

O mitológico representa uma sabedoria milenária, a família de Asclépio representada junto demonstra simbolicamente a importância do trabalho em equipe e da presença da multidisciplinariedade no cuidado aos pacientes. E seus símbolos e história nos remontam à necessária harmonia entre mente, psique e corpo para obtenção e manutenção da nossa saúde.